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sexta-feira, 9 de maio de 2014

O secretário de Cultura, Raimundo Salles, recebeu no Teatro Municipal de Santo André, o ex-presidente do Paraguai, Fernando Lugo


Nesta noite o secretário de Cultura, Raimundo Salles, recebeu nas dependências do Teatro Municipal o ex-presidente do Paraguai, Fernando Lugo e atual senador da República. O evento “Ditadura Militar no Cone Sul 50 anos depois” que contou com a participação do ex-presidente está ocorrendo no dia de hoje, no sábado, dia 10 e no domingo, dia 11.

O golpe civil militar de 1964, que agora completa 50 anos, enfrentou o inconformismo dos jovens que viveram o grande sonho de que o mundo poderia mudar e ser melhor. A luta foi por mudanças sociais, políticas e culturais. Os jovens contestaram a ditadura militar na luta por liberdade e democracia. Pagaram caro por isso, com prisões, torturas, exílios, banimentos, assassinatos e desaparecimentos. Mas o sonho valeu a pena, pois, hoje o Brasil é livre, todos podem falar o que pensam e há uma democracia relativa. A ditadura civil militar brasileira serviu de modelo para outros militares golpistas da América Latina, principalmente na região do Cone Sul, quando outros golpes ocorreram na Bolívia, Peru, Argentina, Uruguai e Chile. O golpe paraguaio é mais longevo e complete 60 anos agora em 2014. Nos dias 09, 10 e 11 de maio, alguns brasileiros, chilenos, paraguaios, bolivianos, peruanos, argentinos e uruguaios, jovens das décadas de 60 e 70, se reúnem no Grande ABC para analisar e refletir sobre o que foram estes anos de chumbo e obscurantismo no Cone Sul. Não deixa de participar e conhecer essa parte importante de nossa história.

Fernando Lugo nasceu em uma família humilde de San Solano, no distrito de San Pedro del Paraná, departamento de Itapúa, a 400 quilômetros ao sul de Assunção. Filho de Guillermo Lugo e Maximina Mendez Fleitas, parte de sua família foi vítima de perseguição política durante a ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989).

Em 1 de março de 1970 ingressou no noviciado dos Missionários do Verbo Divino. Paralelamente, realizou seus estudos superiores na Universidad Católica Nuestra Señora de la Asunción, na capital do país, onde se licenciou em Ciência da Religião.

Foi ordenado sacerdote católico em 15 de agosto de 1977 e posteriormente transferiu-se para o Equador a fim de trabalhar como missionário na diocese de Bolívar, com o monsenhor Leonidas Proaño (1910-1988), um dos expoentes da Teologia da Libertação.

Em 1983 foi para Roma onde realizou estudos de Espiritualidade e Sociologia na Pontifícia Universidade Gregoriana.

Em 17 de abril de 1994, de regresso ao Paraguai, foi nomeado bispo da diocese de San Pedro, uma das regiões mais pobres do país, pelo papa João Paulo II, em 1994. Adepto da Teologia da Libertação, Lugo é próximo do brasileiro Frei Betto e admirador de Leonardo Boff e de Dom Hélder Câmara.

Foi membro da Conferência Episcopal Paraguaia e da equipe de Reflexão Teológica do Conselho Episcopal Latino-Americano.

Em 2004, sem divulgar as razões, a Igreja Católica o aposentou do cargo – hoje seu título é o de “bispo emérito”. Muitos no Paraguai acreditam que isso se deva à sua militância política.

Participou também em 2006, do lançamento do Movimiento Paraguai Possível (MPP), que impulsionou sua candidatura ao pleito de 2008. O coordenador do MPP é seu irmão Pompeyo Lugo, um dissidente do Partido Colorado, partido que governou o Paraguai nos últimos 61 anos. Desde março de 2006, quando liderou uma passeata de 40 mil pessoas contra o projeto de reeleição do presidente Nicanor Duarte e manutenção dos colorados no poder, Fernando Lugo tornou-se uma estrela da oposição.

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